Renamo ataca comboio da Vale Moçambique em Sofala
Homens armados da Renamo atacaram ontem um comboio da empresa Vale Moçambique, na Linha de Sena, entre os distritos de Muanza e Dondo, na província central de Sofala.
Desta acção armada, realizada no troço Samaqueza-Savana, resultou no ferimento do maquinista da locomotiva de transporte do carvão com destino ao Porto da Beira.
Reagindo a esta incursão dos homens armados da Renamo, o Vice-Ministro do Interior, José Mandra, disse que o facto deu-se por volta das 21h quando homens armados da Renamo dispararam contra a locomotiva de carvão, tendo sido atingido na perna o respectivo maquinista que, neste momento, está a receber tratamentos médicos no Hospital Central da Beira.
José Mandra afirmou ainda que as Forças de Defesa e segurança estão no terreno desde ontem mesmo a vasculhar a zona para poder responsabilizar quem “ousou” realizar a acção que, segundo ele, é no sentido de desestabilizar e travar o processo de desenvolvimento do país.
“A Polícia da República de Moçambique e as restantes Forças de Defesa e Segurança na província de Sofala têm a missão de garantir que a livre circulação de pessoas e bens viva e continue, para que estejam empenhadas no desenvolvimento do país. Confirmo que aconteceu e medidas estão a ser tomadas”, disse Mandra em declarações a jornalistas.
Já em Maputo, o chefe da delegação do Governo no diálogo com a Renamo, José Pacheco, revelou que o executivo está a investigar as circunstâncias em que terá ocorrido o ataque, ao mesmo tempo em que vai avaliar o impacto de possíveis danos humanos e materiais na Linha do Sena.
Segundo Pacheco, esta é uma situação estranha e irregular que o Governo repudia e condena, numa situação em que “temos uma Renamo de colarinho branco na Assembleia da República mas, ao mesmo tempo, a cometer atrocidades contra a população e contra objectos públicos e privados, numa acção clara de antipatriotismo e de falta de interesse de ver o nosso país em ordem, segurança e tranquilidade".
A Renamo, por sua vez, distancia-se do ataque de ontem na Linha de Sena, segundo o chefe da delegação deste partido no diálogo com o Governo, Saimone Macuiane.
“Nós não temos informação sobre isso, por isso não vamos responder, o que tem acontecido, que eu sei, é que quando há uma informação nós notificamos o Governo e, de igual modo, se houver uma situação também o Governo notifica a Renamo”, esclareceu Macuiane.
Esta é a segunda vez esta semana que o Governo e a Renamo trocam acusações em torno dos ataques em algumas regiões da província de Sofala.